segunda-feira, 12 de maio de 2014

Difícil é chegar em um momento da vida e ter a certeza de estar com a pessoa certa. Acho que certeza ninguém tem. Pessoa certa, acho que não existe. Existe sim, gente que te faz sorrir, gente que te faz abrir mão de mais cinco minutinhos na cama. Gente que te faz viajar pra outra cidade. Ser feliz com alguém é ao mesmo tempo tão complicado e tão simples. 
É simplesmente deixar de fazer algo pra fazer o que a pessoa quer. É simplesmente mandar uma mensagem de bom dia. É só dizer "eu te amo" de vez em quando. Só? Será?
Tenho lá minhas ideias sobre o amor. Já convivi com bastante gente pra poder dizer que hoje sei muito mais sobre  que há 3, 5 anos atrás. Nada se compara às nossas experiências.
Já vivi relacionamentos precoces, relacionamentos imaturos, relacionamentos baseados em pura comodidade. E cada um deles me fez aprender um pouco mais. Sobre o amor. Sobre o que eu procurava em alguém. Sobre o que eu esperava pra mim e de mim.
Apesar de hoje em dia desacreditar de muita coisa, ainda assim acredito que as coisas acontecem como devem acontecer. Na hora que têm que acontecer. Porque sim. O "cara lá de cima" não deixa a desejar. Lembro que todas as vezes que simplesmente deixei os dias passarem, um após o outro, as coisas fluíram mais. Realizações. Surpresas. A vida aconteceu quando eu não esperava nada dela. E acho que o segredo está nisso: não esperar muito da vida, de si e de ninguém. 
Nas épocas em que resolvi esperar, e sim, esperar em Deus e de Deus, a vida seguiu em frente. Eu segui em frente. E seguindo em frente encontrei mais que esperava. Encontrei uma pessoa cheia de defeitos. Um cara crítico, que me fez enxergar coisas que antes eu não enxergava (ou não queria enxergar). A criatura mais mal-humorada às segundas-feiras que eu já conheci. Aquele que quando eu perco o controle, silencia. E com um gesto simples, me faz sentir mais amada que todas as mulheres mais amadas da Terra. Acho que encontrei o amor. Ou talvez a vida tenha trazido ele pra mim. O vento. Ou quem sabe Deus. Não importa, na verdade. O que importa, de fato, é que hoje, neste exato momento, ele é o meu amor. Hoje aqui, amanhã não se sabe.
Vivo agora antes que o dia acabe.

sábado, 3 de maio de 2014


Desde que eu nasci, fui criada na Igreja. E quando eu digo Igreja, eu digo Igreja Católica Apostólica Romana. Desde criança me habituei a responder que era Católica quando me perguntavam sobre religião. Me habituei a responder que sim, acreditava em Deus, mesmo quando eu não fazia ideia de tamanha existência. Com o tempo, vivenciei momentos que me fizeram ter certeza da existência Dele. Momento 1: sorteio de uma bicicleta na igreja. Tinha uma amiga muito próxima. Ela morava um pouco longe da escola em que estudávamos e seus pais nunca tiveram uma condição muito boa. Quando estavam sorteando, eu rezei. Pedi que Nossa Senhora intercedesse por ela e que ela ganhasse aquele bicicleta. E ela ganhou. Momento 2: a morte do meu avô. Desde os meus 6 anos de idade, mais ou menos, vi meu avô, pai do meu pai, sofrer de doença do coração. Primeiro um infarto. Depois outro e outro. Até que ele ficou impossibilitado de andar, não falava mais e mal reconhecia as pessoas. Apesar de ter muitos filhos, a responsabilidade real, aquela que vem de dentro, ficava pra minha avó, que sempre me pareceu tão frágil, como as vovós das séries e novelas. Foram mais ou menos 2, 3 anos de dedicação plena da minha avó pelo meu avô. Ali, eu presenciei o amor. E hoje, sabendo que meu avô não andava muito na linha, admiro ainda mais o que a minha avó sentiu e provavelmente ainda sente. Bom, mas o que eu queria mesmo dizer é que, mesmo nova, eu percebia o fardo que a minha avó carregava, com amor, mas que cada dia mais lhe pesava os ombros. Então, certa vez, tendo acabado de chegar na Igreja, me ajoelhei (como de praxe - mais um ritual muitas vezes automatizado) e pedi para que Deus levasse meu avô. Pedi, na verdade, para que Ele aliviasse os ombros cansados da minha avó. Na semana seguinte, meu avô havia partido. 
Por outro lado, em alguns momentos da minha vida, fui interpelada por algumas dúvidas. Talvez digam que é normal, ou sei lá. As minhas primeiras dúvidas ocorreram na escola. Primeiro quando estudei as teorias de surgimento do mundo. Fui acostumada desde criança a responder também que quem criou o mundo e tudo que existe foi Deus, assim como diz a Bíblia em Gênesis, mas quando me deparei com outras ideias, as dúvidas vieram. Quem me garantia que aquilo que estava na Bíblia era real? Certa vez me disseram que nunca houve o paraíso. Que aquilo era uma metáfora (eu tinha apenas, sei lá, 11 anos e queriam que eu entendesse o que seria uma metafora!). Então pensei, se não houve paraíso, não houve o tal do "criacionismo". Mas mesmo assim, preferi não me aventurar e continuei repetindo que sim, Deus criara o Universo. Já um pouco mais velha, quando estudava História (minha matéria preferida até hoje), meu professor começou a abordar a Idade Média e com ela a Inquisição. Enquanto ele explicava a matéria, eu me perguntava (acho esse pensamento complexo até hoje): Se naquela época, os padres, bispos e papas acreditavam estar fazendo o correto, perseguindo pessoas que consideravam hereges por simplesmente estudarem o Universo, ou por considerarem bruxas aquelas que apenas não seguiam à risca suas leis, ou apedrejando prostitutas em praça pública, quem me garantia que hoje, o que os padres, bispos e papas proíbem e coagem também não é um equívoco? Quem me garante que sua interpretação Bíblica não é equivocada? Mesmo com esses questionamentos, fui conduzida sutilmente à retiros diversos, e por ter meus pais bastante atuantes dentro da igreja, acabei por deixar minhas dúvidas de lado. No entanto, hoje, se passados quase (ou mais de) 10 anos após tantos acontecimentos, eis que me vejo mais perdida em dúvidas que nunca. Provavelmente porque eu estou "amadurecendo". Ou porque agora eu saí da minha zona de conforto. Não sei. Mas hoje, acho eu, que enxergo as coisas muito mais claras e da forma como elas são e isso tem me deixado cada vez mais desesperançosa com a instituição igreja. 
Coisa que nunca me desceu bem é o fato de não se poder fazer sexo antes do casamento. Na verdade, eu via naquilo uma forma de pureza, de guardar o melhor pra depois (e ainda vejo, nada verdade), mas com o tempo, comecei a ver e me relacionar com pessoas que simplesmente pegavam essa "regra" ao pé da letra e ponto. Agora eu me pergunto, de que adianta ser casto se só pensar no contrário? Qual a vantagem em não ter relações com alguém, mas ao mesmo tempo ser uma pessoa falsa, invejosa, que só deseja mal aos outros. Só porque está seguindo uma regra? Nossa. Pessoas que sentem orgulho em dizer "Olha, eu nunca fiz sexo com meu namorado/a", mas que mentem a torto e a direito, trapaceiam, invejam. 
Outra coisa que não entendo é sobre a proibição do uso de anticoncepcionais. Já me disseram que é pra "preservar a castidade", visto que se a pessoa não transa, não tem porque tomar anticoncepcionais. Mas e daí? Isso faz dela uma pessoa melhor? Outros afirmaram que o uso de anticoncepcionais é um pecado, visto que o fim da relação sexual é a procriação. Sério? Viramos animais agora? Ninguém mais pensa? O casamento serve para preservar a espécie? Se fosse assim, casaríamos com qualquer um. Depois de um tempo a Igreja meio que "voltou atrás" e passou a dizer que o prazer no sexo não é pecado, mas que o uso de contraceptivos ainda era. Ok. Você pode sentir prazer, mas TEM que ter bebês. 
Mais uma coisa que não entendo. Será que Deus nos fez tão perfeitos e inteligentes a ponto de que em nossa primeira tentativa matrimonial seja perfeita e que escolhamos a pessoa certa para viver conosco o resto das nossas vidas? SÉRIO? Sério que em 20 anos uma pessoa já sabe exatamente o que quer, o que é amor, o que é viver à dois para poder escolher com quem ficar pra sempre? Não consigo engolir. 
Mas o que mais tem me tirado do sério nesses últimos meses é assistir pessoas pregarem sua religião como centro de suas vidas, postando em redes sociais o quanto amam à Deus e o quanto seguem seus ensinamentos, mas que em seu dia-a-dia, fazem o contrário. Por trás das cortinas do amor ágape do qual tanto falam, vem a carne. Não estou dizendo que todos devam ser santos e sem pecados. Só não vejo sentido, só me ENOJA, ver pessoas que pecam querendo se mostrar superiores. Querendo provar ao mundo que são de Deus. O problema é que eles se esquecem que o próprio Deus não acessa Facebook. Ele não precisa acessar. Ele meio que já sabe o que vão fazer antes mesmo que o façam. A quem esse povo pensa que está enganando?
Bom, resumindo porque já falei demais. Acredito SIM que Deus existe. Acredito que Ele sabe o que é melhor para cada um de nós e sei que lá de cima Ele cuida de cada um. Só não acredito em "leis perpétuas", até porque a sociedade vai mudando. Não acredito em uma primeira escolha correta. Acho que a hora de perder a virgindade vai da cabeça de cada um e que a hora de ter um bebê também. Ah! E eu ODEIO gente hipócrita. 
Falar sobre religião é uma coisa complicada. E dá muito pano pra manga. Talvez um dia eu volte a falar disso. Talvez não. Quem sabe eu não encontre as respostas, ou mude de opinião? Vá saber.